sexta-feira, 8 de maio de 2009

O tempero de um tal de Zé Corninho

.


Não vi a cara do sujeito. Se na cabeça dele tinha chifre ou não... O fato é que na semana passada alguns amigos jornalistas, durante uma boa farra, me falaram da comida do 'cabra'. "Oxe, Aline, é lá em Campo Grande, pelas tuas bandas!" Obviamente, eu e minha curiosidade palatativa fomos conferir hoje no almoço a birosca, no terraço da casa do corno.

Pela descrição dos amigos, imaginava uma coisa mais humilde. Não se trata realmente de um local requintado. Tem recente reforma aparente. Mas os ventiladores de teto não dão conta do calor. Toalhas limpinhas nas mesas, nada de placa na fachada e sem adesivos do tipo "aceita cartão" na porta.

Eu e Beto sentamos na única mesa que ainda estava vazia. Pensei logo: "pela lotação, o negócio deve ser bom!".

Depois da gente, chega mais um bolo de famintos para comer, que fica esperando no apertado salão, que na verdade é a garagem da casa do cidadão. Quando uma das mesas ficam vagas, um dos 'esperantes' puxa a cedeira para sentar e é interrompido por grito, que vem do outro lado, bem sonoro e vibrante do garçom: "TU NÃO!". O bichinho do cliente chega fica amuado... Da ré e deixa a mulher senta, que pelo visto estava na vez. O rapaz não vai embora. Insiste. Quer comer. E deve ser corno, sofredor, assim como o dono do estabelecimento.

'Mas a comida deve ser boa', amorteci.

Lá, além do cardápio fixo, tem os pratos do dia. O de hoje foi Dobradinha e Bacalhau gratinado. Pensei ir no bacalhau, mas confesso que piranguei pagar, em tal ambiente, R$ 47 para duas pessoas. Com consentimento do meu companheiro de mesa, pedi um filé ao molho madeira. O acompanhamento, com cara de casa: feijão verde, vinagrete, arroz e purê. Preço: R$ 28, 1/2 porção (com um pedaço de filé). Caro... deduzi.

Chegou o prato. Não demorou muito. Tempo suficiente para uma Original. Beto tinha pedido um caldinho de feijão, que nunca chegou. Desistiu.

Resultado, para não prolongar muito: no molho madeira, reinava a maisena. Tempero sem graça. Os acompanhamentos, na mesma linha. Comi porque tava com fome. Saí de lá tristinha.

Talvez erramos o prato. Ou quem sabe tomei pouca cerveja. Não sei. Não dei sorte. Vou voltar para confirmar a péssima impressão.

O local é frequentado por advogados engravatados. Tinha político também. Mas esse blog não é de fofoca. Saí encucada: O que esse povo viu aqui?

Para mim, é gente que não teve mãe cozinheira e não sabe o que é comida caseira. Ou então, pessoas classe média alta que acham cult comer num terraço calorento de um bairro popular da Zona Norte.

Para chegar: Indo pela rua da As Pás, é a segunda à direita após o cruzamento com a Estrada de Belém. Vai lá. Quem sabe a gente discorda.

4 comentários:

Anônimo disse...

Devo discordar, cara Aline. Vou lá de vez em quando e gosto da comida. tente outra vez.
abraço,
Carlos Santana

Anônimo disse...

Aline,

Na verdade Zé Corninho é apelido maldoso dado ao falecido pai de Gustavo e Carol, que hoje tocam o estabelecimento, servindo as mesas, deixando a cozinha por conta de sua mãe. Lá não há garçons contratados, sendo Gustavo um dos caras mais ranzinzas e sem paciência que conheço, e Carol o perfeito inverso.

Você certamente deu azar. Sugiro pedir o filé parmegiana (precisa de 40 minutos pra ficar pronto) que tem um molho especial feito por Carol. É espetacular. Outras boas pedidas são o bacalhau gratinado (tem que ligar reservando dia de sexta, se não acaba) e o cozido na quinta. O miúdo de galinha como tira gosto com uma gelada, é imbatível.

Somos frequentadores acíduos do recinto. Eu, meus irmãos e os irmãos dos meus irmãos .... 

Tavinho.

Anônimo disse...

Deixe de ser "pirangueira" e coma o bacalhau!!!

Anônimo disse...

Gustavo é um chato e a comida é muito ruim !!!!